terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Atleta Osmênio Pfau

Blumenau quinta feira dia 04 de janeiro de 1973

No dia 09 de novembro nascia na cidade litorânea de São Francisco do Sul, um robusto menino que na pia batismal recebia o nome de Osmênio Pfau. Seus primeiros passos foram dados nesta cidade. Anos mais tarde a família transferiu-se de localidade, índio residir em Mafra. Ali o jovem Osmênio começou a dar os seus primeiros chutes na redonda como ponteiro direito, sua posição de origem, o clube se chamava Peri Ferroviário. Generoso com seu companheiro de equipe era uma das principais figuras do elenco este mais tarde transferiu-se para Blumenau, vindo a atuar no Brasil F.C., o atual Palmeiras E.C. . Vindo um dia passear na capital econômica, o jovem Pfau foi ao campo do Brasil assistir uma disputa de futebol. Ali encontrou o seu ex-companheiro Generoso, deste partiu o convite para que participasse da disputa, pois haviam somente 21 atletas e o companheiro sabia das qualidades do jovem Pfau. A vaga era de zagueiro, Pfau não teve dúvidas, entrou na posição e abafou. Dirigentes do Brasil F.C. entusiasmados com a atuação do jovem futebolista trataram logo de conversar com ele a fim do mesmo se transferisse para Blumenau e passasse a defender as cores do então Brasil F.C.. Isto aconteceu em julho de 1939. Naquela época todo o futebolista exercia uma profissão e Pfau havia se formado em “mecânica de locomotiva”. Dr. Ávila não encontrou dificuldade de coloca-lo na Estrada de Ferro, mas não permaneceu muito tempo, sua queda para o comércio falava mais alto, foi então trabalhar no Prosdócimo S?A e logo depois na extinta Casa Volles. Os seus afazeres não o afastaram dos campos de futebol, continuou na carreira sempre com o mesmo espírito. Os campeonatos organizados pela L.B.F. tinham seguimento, os clubes cada ano que passava, procuravam armar-se melhor para as futuras competições. Disputavam o campeonato da Liga os seguintes Clubes; Vitória – atual Vasto Verde; 21 de Abril da cidade de Gaspar; América F.C. atual Guarani da Itoupava Norte; Amazonas E.C. do bairro Garcia; Brasil E.C. atual Palmeira e Blumenauense atual G.E. Olímpico. Entre os títulos conquistados lembra o nosso entrevistado os seguintes – Campeão da Cidade – LBF – 1941; 42; 44; 45; 46; 47; 48. Pfau nunca conseguiu sagrar-se campeão do Estado. Mas recorda com muito carinho a disputa do torneio “Taça Sudam” que foi posta em jogo uma finíssima taça e onze medalhas de bronze; a medalha guarda até hoje, como recordação a taça acabou indo parar na sede do Brasil E.C. que dias mais tarde passou a chamar-se Palmeiras E.C. nome que permanece. A mudança do nome foi motivada por decreto lei que saiu naquele ano de 1943. Dos craques que conheceu na época em que atuava, cita de Adalberto Carstens, mais conhecido pelo apelido de “Cara de Bicho”, Adalberto veio a falecer dias mais tarde de uma triste enfermidade, foi ele um dos craques mais completos que Pfau conheceu. Dos jogos interestaduais recorda aquele, realizado em Curitiba, frente ao Água Verde, uma das boas equipes do Paraná, o jogo foi no campo do Britânia. Saiu de Blumenau uma espécie de seleção, formada com atletas de outras agremiações que foram cedidos na ocasião entre eles estavam; Hélio Linger; Janga Rocha; Augusto; Amorim; Meirelles; Arécio; Abreu da Silva; (Boca Larga) Arno Correia; Pedrinho; Machado; Schramm; Doquinha; Tiurra; Pfau; Miguel e Juca. Resultado Plameiras E.C. 1 x 1 Água Verde. Pfau lembra da meninada daquele tempo que para ingressar no estádio, carregavam as sacolas dos jogadores, chuteiras, enfim qualquer material de jogo. Entre os meninos furões lembra do atual prefeito de Blumenau, Sr. Evelásio Vieira (Lazinho) que tempos depois veio tornar-se um grande futebolista, sagrando-se anos mais tarde “Campeão do Centenário” desta cidade a qual administra nos seus últimos dias. Osmenio Pfau que chegou a capital econômica pelos idos de 1939 para defender o Brasil E.C. permaneceu jogando até 1948, quando resolveu pendurar as chuteiras, ainda tinha condições atléticas, mas com a implantação do profissionalismo, achou por bem suspender suas atividades futebolísticas. Ai está o homem que chegou a Blumenau com um objetivo principal – o futebol. Acompanhou o Brasil E.C. na sua trajetória e transformação para Palmeiras E.C., viveu momentos de glória dentro do esporte, graças ao esporte permaneceu no nosso convívio nesta comunidade que o recebeu de braços abertos. Quanto ao futebol moderno, Pfau acha-o simplesmente maravilhoso no rendimento técnico, alcançando em função do bom preparo físico o que são submetidos estes verdadeiros profissionais. Comparando ao antigo, Pfau acha que o jogador que não tivesse um índice muito grande de habilidade individual não conseguia destaque pois as defesas jogavam pesado e os atacantes tinham que ser lépidos e velozes para conseguir alguma coisa; não podia ter medo, senão a vaca ia pro brejo, a pauleira cantava solta e quem podia mais chorava menos. Pfau foi zagueiro respeitável na época, não dava vida mansa ao adversário, era duro mas leal, disputava o jogo palmo a palmo vendendo caro a derrota. Este Pfau aqui conheceu Dna. Maria de Lurdes Pfau com quem casou-se. Deste matrimonio nasceram cinco filhos, aqui se criaram receberam suas primeiras instruções escolares. A maioria formou-se. O mais velho é engenheiro formado, Dr. Luiz Henrique, a segunda é formada em magistério, casada e reside atualmente em Curitiba, Sra. Maria Bernadete Roveri, terceiro é José Geraldo que irá se formar em Administração de Empresas, a quarta Sra. Maria Helena, também professora formada, por último a caçula Regina Lúcia ainda completando os estudos. Sr. Osmênio Pfau, que chegou a Blumenau acidentalmente, aqui permanece até os dias atuais. Ocupa o cargo de grande responsabilidade em uma das mais conceituadas firmas de Blumenau. Quem chega a Hermes Macedo S/A e pede para falar com o GERENTE, imediatamente é recebido por aquela figura simpática do Sr. Osmênio Pfau.

(texto conforme cópia de publicação, sem identificação do repórter e do Jornal – acreditamos que seja A Nação ou A Cidade. )

História da família

Texto do artista Reynaldo Pfau, filho do farmacêutico e irmão do Guilherme Pfau.